'Repudiável'

Governo tomará 'medidas judiciais' contra PM que ameaçou matar Zema

Secretaria acredita que ameaça direta à vida do governador de Minas Gerais se trata de um ato em caráter isolado

Por Lara Alves e Laura Maria
Publicado em 27 de agosto de 2019 | 09:50
 
 
 
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Contra o tenente-coronel Domingos Sávio de Mendonça, autor de um áudio em que ameaça de morte o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), a Secretaria de Governo confirmou, nesta terça-feira (27), que serão tomadas "todas as medidas judiciais cabíveis" e 'buscará o rigor máximo da lei para combater posicionamentos como o mencionado'. 

A gravação, registrada na última sexta-feira (23) em um momento de embriaguez, como garantiu o militar em entrevista a O TEMPO, contém trechos bastante críticos à gestão estadual e atribui, inclusive, a alta no índice de suicídios entre policiais aos atrasos nos pagamentos.

"Ele (Zema) manteve os salários dos policiais parcelados e atrasados. Isso tem provocado o caos, como suicídios, divórcios, depressões…”, reiterou Mendonça. 

Quanto a isso, a Secretaria garantiu que "apesar da grave situação financeira por que passa o Estado, com um déficit orçamentário previsto para o ano de R$ 15 bilhões e um rombo de R$ 34,5 bilhões herdado da gestão anterior, a administração tem por princípio o diálogo franco (...) com todos os sindicatos envolvidos em negociações relativas às categorias". 

A respeito das ameaças diretas à vida de Romeu Zema, o órgão declarou em nota que acredita se tratar de um ato em "caráter isolado" e reforçou o repúdio a qualquer tipo de violência. 

'O Estado já está matando os policiais'

“Eu bebi uns ‘golo’ e falei que o governador Romeu Zema é um cara injusto porque ele está fazendo agora o contrário do que fez na campanha”, disse o militar em entrevista a O TEMPO. Ao ser questionado sobre se, de fato, não era desejo dele atentar contra a vida do governador, o militar respondeu: “Naquele momento era, eu falei o que meu coração estava sentindo. O Estado já está matando os policiais.”

Sávio justificou o áudio dizendo que existe revolta nas corporações militares, tanto da polícia quanto dos bombeiros, em relação aos pagamentos atrasados.

Reportagem divulgada pelo jornal O TEMPO mostrou que suicídios de policiais e agentes batem recorde com 31 casos.

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